Eu poderia começar esse post falando sobre a biografia do Jean Baptiste Debret, mas resolvi falar dele de uma forma diferente. Porque ele? Bem, terminei de ler, pela segunda vez, o livro 1808 e de assistir ao documentário do autor Laurentino Gomes sobre o livro. Simplesmente, adorei!
O livro fala sobre a fuga da corte portuguesa para o Brasil, precionada pelas fortes potências Inglaterra e a França do temido Napoleão. Portugal continuou aliado à Inglaterra e, como diz o velho ditado, se ficar o bicho pega, a corte teve que, com cerca de 10.000 a 15.000 pessoas, fugir de Napoleão, o bicho da vez que queria forçar D. João a aderir ao bloqueio continental e fechar os portos para a Inglaterra. Laurentino revela detalhes sobre os 13 anos que a corte permaneceu no Brasil e todas as consequências que isso acarretou, a maior delas é a nossa independência em 1822, para tranformar esse País no que ele é. Hoje eu digo, obrigada D. João.
E lá se foi D. João e sua corte pelo Rio Tejo, que aparece também em um verso de Fernando Pessoa: "Ó mar salgado, quanto do seu sal são lágrimas de Portugal!" Foi assim que permaneceu Portugal, em lágrimas, desesperado e falido. Depois ele voltou e tudo melhorou.
Mas, vamos logo ao motivo disso tudo. A famosa Missão Artística Francesa foi realizada por D. João no Brasil com o intuito de promover as artes, a cultura e tentar infundir algum traço de refinamento e bom gosto nos hábitos atrasados do Brasil colônia, como ressalta Laurentino. A missão chegou ao Brasil em 1816, chefiada pelo secretário perétuo da seção de belas artes do Instituto de França, Joaquim Lebreton. Entre os renomados astistas que embarcaram no Brasil, estava Jean Baptiste Debret.
Debret pode ser considerado um artista de transição entre o neoclassicismo e o romantismo, já que seu tutor, Jacques-Louis David, era mestre do neoclassicismo. Ele era o pintor favorito de Napoleão, que por sua vez, era o tema principal das obras de Debret. A derrota de Napoleão, em 1815, foi um golpe duro aos artistas neoclássicos, que perderam o principal pilar que sustentava – financeira e ideologicamente - a arte neoclássica.
Apesar das dificuldades, Debret ficou 15 anos no Brasil e com isso, seus quadros registram, de forma meticulosa, a paisagem, costumes, hábitos e a escravidão do Rio de Janeiro. Porém, essa escravidão retratada por ele, não mostrava a brutalidade dos espancamentos e os maus-tratos a que os escravos eram submetidos.
Fonte: (Livro 1808 e documentário 1808 de Laurentino Gomes / Google / Wikipedia)
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